sábado, 28 de maio de 2011

Somos todos um!


E tu? De que forma estás a contribuir para o Todo? Ou ainda achas que não és importante, que não tens responsabilidade alguma sobre o que acontece à tua volta?

Ou talvez aches que não importa o que faças isso não terá impacto. 

Gostarias de poder mudar o mundo mas achas que estás aquém de tão árdua tarefa e por isso desistes e viras-te para o caminho mais fácil, o da ignorância e do egocentrismo?

Achas que vieste a este planeta passar férias? Fazer compras? Comer guloseimas?

Ghandi disse muito sabiamente: "Sê a mudança que queres ver no mundo"

Toda a mudança no mundo começa em ti. 

A escolha é tua. Não há julgamento. 

Mas faz essa escolha em consciência e assume-a e ás suas consequências.

E lembra-te que não há ninguém que possa fazer a tua parte. Se assim fosse não estarias cá.

Namasté!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A vida é uma viagem que inclui a travessia do deserto!



Esta não é uma viagem turística. Não serve apenas para apreciar a paisagem e poder dizer-se: - "eu já lá estive". Não, esta é uma viagem em que somos "amassados" como farinha - e assim tem de ser para que um dia possamos tornar-nos no pão que dá vida.

É uma viagem que se faz caminhando mas também sentindo, cheirando, vendo, observando, pensando, examinando, aprendendo, crescendo....

Não é uma viagem exclusiva do corpo que é o nosso "veículo", mas de tudo aquilo de que somos feitos: - físico, emocional, mental e espiritual. Levar na viagem apenas uma parte de nós é fazê-la pela metade, é ignorar os componentes menos visíveis, mas nem por isso menos importantes, do nosso Ser.

É também uma viagem de partilha em que, pelo caminho, vamos tocando e sendo tocados por aqueles com quem nos cruzamos.

Assim vamos tecendo e entrelaçando os fios com que construímos a tapeçaria dos nossos dias. E ela é feita do pulsar constante de vários ritmos diferentes que se tocam e se transformam mutuamente.      

A viagem só faz sentido se a fizermos "inteiros" e leves, levando apenas a bagagem estritamente necessária e libertando-nos consecutivamente de pesos excessivos que podem já ter cumprido a sua função mas que já não nos fazem falta. Fazer tudo como extensões de nós próprios, respeitando-nos a cada passo, a cada escolha, a cada opinião, a cada decisão. Para o fazermos, o mais importante é conhecermo-nos, mergulhando bem fundo no fundo de quem nós somos e ter a capacidade de amar cada pedacinho de nós. Só então podemos partilhar com outros a experiência da nossa própria viagem.

Ao longo dos últimos anos, a minha viagem tem sido uma verdadeira "travessia do deserto", no sentido em que fiquei sózinha comigo mesma. Só eu e o Universo. Ainda assim houve diálogo, houve comunicação e aprendizagem mas de um modo austero, muitas vezes duro e quase sempre difícil. 
Quando não temos por perto outros em quem nos perder, com quem nos comparar, a quem imitar, aí sim, ficamos apenas com quem nos habita  - o nosso "Eu", e essa é a verdadeira "prova do deserto" pois não há qualquer possibilidade de fuga ou evasão. Não há adorno ou adereço que nos afaste de quem nós somos.

Aqui, fui confrontada com o meu lado mais frágil, mais denso, mais negro, mais obscuro mas também com o mais alegre, vivo, vibrante e luminoso. Prova dura esta pois tudo isto faz parte de mim. A grande dificuldade reside sempre na rendição. Na necessidade de aceitar, abraçar e integrar também o lado nocturno e subterrâneo do nosso Ser.

Nesta como em qualquer viagem há momentos. Momentos perfeitos e sublimes e momentos desconfortáveis, angustiantes, de tédio, de cansaço e de desespero. A viagem não é uma pintura bela e estática para sempre emoldurada. É uma obra sempre em movimento e sempre inacabada, feita de múltiplas cores que se mesclam e se conjugam de um modo dinâmico e progressivo.

O que eu descobri porém, neste processo, foi absolutamente mágico!

Descobri que no terreno mais árido e inóspito podem germinar as mais belas flores. Descobri que por mais denso que seja o deserto em que nos encontramos, no fundo de cada um de nós há um fluxo de água pura, viva e cristalina, prontinho para fazer germinar as sementes mais belas.

Mas para chegar a este "oásis" há que percorrer um caminho de pedras, de lama e de tempestades demolidoras.

Também eu quis evitar este caminho e andar apenas sobre pétalas de rosas. Mas essa opção, apesar de muito atraente e sedutora não é a mais rica, nem a que no fim nos trará as melhores recompensas.

Caminhar sobre pedras, paus e espinhos, exige coragem, força, determinação. Exige virarmo-nos do avesso e enfrentar o que lá está. Ás vezes tropeçamos, caímos e bradamos aos céus - "eu não aguento!"  mas é aí que percebemos um valor que todos possuímos mas que nem sempre conhecemos. 

Quando aceitamos fazer o caminho mais duro e mais longo, enfrentamos os nossos medos, limamos arestas e encontramos a nossa força interior. Só ela nos pode resgatar à falta de confiança em nós próprios e num poder Superior. 

É neste caminho que somos devolvidos à nossa "essência". Por isso, fazer a "travessia do deserto" é "ir ao fundo e voltar" e quando se volta já não se é o mesmo. Tudo à nossa volta pode permanecer igual mas nós fomos transformados para sempre.

Sou profundamente apaixonada por esta Viagem que é a vida e abraço com carinho todas as lições que ela me traz.


"pedras no caminho? - guardo todas, um dia vou construir um castelo"