sábado, 21 de junho de 2008

Pelo direito à diferença...





"Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sózinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?"

Fernando Pessoa

9 comentários:

Anônimo disse...

“Para que havemos de ir juntos?”

E porque não?
Queres para ti o exclusivo privilégio de ir para o diabo?

Claro que te queremos o contrário disto!
Faz-nos a vontade…
Sê outra pessoa, o contrário de qualquer coisa tributável, quotidiana, fútil.
E porque não, casada?

… e também, ovelha negra!

Anônimo disse...

O comentário anterior justifica um reparo.
O seu destinatário não é, como não podia ser, a autora do 'post'.
É(são), obviamente, outro(s) a quem o texto de Pessoa assenta que nem uma luva.

alf disse...

Hoje, felizmente, as possibilidades de escolhermos o nosso caminho estão muito mais nas nossas mãos do que acontecia no passado. Se conseguirmos que nos sobre algum tempo depois do tempo que temos de trabalhar para conseguirmos pagar o preço da nossa sobrevivência....

Rui leprechaun disse...

Mas que lindas ovelhinhas... e belo prado, ó Rosinha! :)

Eis vida que me convém: fresca erva o campo tem... muito sol do azul vem... paz e sossego também... e o pastor me cuida bem... mai-lo o Outro do além! ;)

Do ar retiro o alento... a terra me dá sustento... à tarde brinco co'o vento... e alegre me movimento... sem temor no pensamento!

Ai! mas surgiu um Alf-ET... que o futuro prevê... e um perigo antevê... sei lá onde nem porquê... salve-me Vossa Mercê!

E à conta dessa praga...

Rui leprechaun

(...a erva doce é amarga! ;))


PS: Mas que raio de Evento... vade retro, ó grão tormento!!! :D

Anônimo disse...

Acredito que o nosso propósito na Terra é evoluir enquanto "indivíduos" singular, mas sem a diferença dos "outros" não me parece muito viável essa evolução!!

mindrico

Fátima Lopes disse...

A todos,

o meu obrigada pelos comentários. O tema da "diferença" é por si só, e foi ao longo dos tempos, um tema difícil, polémico, e talvez por isso, quase sempre "enfiado para baixo do tapete" onde não tenhamos de lidar com ele de forma intima. Quando o aplicamos ao nosso próprio contexto humano, simultaneamente individual e parte de um colectivo, as coisas ficam ainda mais complicadas, claro.

A verdade é que, não existe tal coisa como "um ser humano modelo" essa é uma das piores invenções da humanidade. Somos todos únicos. Caso contrário não existiriam 6 biliões de nós. Se fosse suposto sermos todos iguais, bastaria existir apenas um (pois outros que houvesse seriam meras réplicas)

Nós não saímos de uma linha de montagem!

Claro que todos precisamos apreender "guide-lines" e usá-las mas daí a copiar hábitos, comportamentos e formas de pensar já enraizadas só porque é mais fácil e confortável do que que fazer as perguntas:
"quem sou eu?";
"quais são os atributos que fazem de mim um ser único e com os quais posso contribuir neste mundo?"
"que sentido quero dar à minha vida?"...
vai uma certa distância.

Por comodismo,fatalismo, pessimismo,facilitismo, preguiça, medo e desnorte vamo-nos perdendo de quem somos e vamo-nos transformado numa espécie de "puré" social, opaco, espesso e insosso.

Imaginemos um planeta onde apenas existisse uma cor, qualquer uma serve. Imaginemos tudo nesse planeta da mesma cor: plantas, árvores, animais, flores...tudo do mesmo tom.
Brutal não?!

Ou então uma orquestra onde todos tocam o mesmo instrumento no mesmo tom e nos mesmos tempos;

Ou que as nossas células decidiam começar a copiarem-se umas às outras de tal forma que o coração (o único que bombeia o sangue)deixasse de o fazer para não destoar da maioria e ser aceite e sentir-se integrado e outras tretas que tais.

O que nos faz funcionar como um todo harmonioso é precisamente a articulação e sintonia entre as DIFERENTES partes do nosso corpo.

A diversidade e a singularidade são das dádivas maiores que Deus nos deu. Os homens e mulheres que ao longo dos séculos fizeram o mundo avançar um pouco mais com as suas obras, não tiveram medo da sua singularidade, pelo contrário, usaram-na. Um Platão, um Sócrates, um Galileu, um Carl Jung, um Mozart, um Carl Sagan não se construiram imitando o que já existia mas sim explorando e oferecendo ao mundo o que de mais singular e sublime tinham para oferecer.

Haja coragem para se ser diferente. Haja capacidade de aceitação, de incentivo, de valorização e de orientação dessa diferença desde a infância se queremos, DE FACTO, construir um mundo que seja simultaneamente harmonioso e funcional.

(neste momento, se os continentes fossem jangadas, grande parte estaria submersa, só porque DECIDIMOS que era bom vivermos TODOS à molhada no litoral!...)

Rui leprechaun disse...

"puré" social?!?!?!

Ná! as batatas fazem mal!

opaco, espesso e insosso?!?!?!

Bota mais sal no tremoço!!! :)


E reza a tua oração... antes lá da refeição...

...dando mil graças a Deus...

Rui leprechaun

(...que só fez um como EU!!! :))


PS: Yes! Negra ovelha há só uma... dela até tem medo o puma!!! :D

dom disse...

Ahhh Fernando como eu te entendo bem neste momento !

jorge disse...

Porque queres encaixar num grupo que não te quer????
Porque dificultas tanto um processo que vai acontecer...

como eu li em algum local, "quem é o mais louco, o louco ou que segue o louco???", mas afinal quem será o louco?????