quarta-feira, 23 de abril de 2008

Manvantaras e Pralayas


Part I

Manvantara - Um dia de Brahmâ - período de manifestação do Cosmos equivalente a 4.320.000.000 anos solares
(um dia)

Pralaya - Uma noite de Brahmâ - período de repouso do Cosmos equivalente a 4.320.000.000 anos solares
(uma noite)

um Ano de Brahmâ
-
3.110.400.000.000 anos solares
(um ano)

Mahamanvantara
- 100 anos de Brahmâ ou período completo da Idade de Brahmâ - período de actividade do Cosmos equivalente a 311.040.000.000.000 anos solares
(uma vida)

Mahapralaya
- período de inatividade do Cosmos equivalente a 311.040.000.000.000 anos solares
(inactividade, morte, período entre vidas)

Os termos acima são encontrados na tradição Hindu, anterior ao Cristianismo e mais recentemente, (Séc. XIX) na Teosofia.


Part II

Discover Magazine - April 2008, pag. 54 - "The Day Before Genesis"

"For Paul Steinhardt and Neil Turok, the Big Bang ended on a summer day in 1999 in Cambridge, England. Sitting together at a conference they had organized, called “A School on Connecting Fundamental Physics and Cosmology,” the two physicists suddenly hit on the same idea. Maybe science was finally ready to tackle the mystery of what made the Big Bang go bang. And if so, then maybe science could also address one of the deepest questions of all: What came before the Big Bang?

(...) In the standard interpretation of the Big Bang, which took shape in the 1960s, the formative event was not an explosion that occurred at some point in space and time—it was an explosion of space and time. In this view, time did not exist beforehand. Even for many researchers in the field, this was a bitter pill to swallow. It is hard to imagine time just starting: How does a universe decide when it is time to pop into existence?

(...) The prospects for making sense of the Big Bang began to improve in the 1990s as physicists refined their ideas in string theory, a promising approach for reconciling the relativity and quantum views. Nobody knows yet whether string theory matches up with the real world—the Large Hadron Collider, a particle smasher coming on line later this year, may provide some clues (...)

The key concept turned out to be a “brane,” a three-dimensional world embedded in a higher-dimensional space (the term, in the language of string theory, is just short for membrane). “People had just started talking about branes when we set up the conference,” Steinhardt recalls. “Together Neil and I went to a talk where the speaker was describing them as static objects. Afterward we both asked the same question: What happens if the branes can move? What happens if they collide?”

A remarkable picture began to take shape in the two physicists’ minds. A sheet of paper blowing in the wind is a kind of two-dimensional membrane tumbling through our three-dimensional world. For Steinhardt and Turok, our entire universe is just one sheet, or 3-D brane, moving through a four-dimensional background called “the bulk.” Our brane is not the only one; there are others moving through the bulk as well. Just as two sheets of paper could be blown together in a storm, different 3-D branes could collide within the bulk.

(...) Three years later came a second epiphany: Steinhardt and Turok found their story did not end after the collision. “We weren’t looking for cycles,” Steinhardt says, “but the model naturally produces them.” After a collision, energy gives rise to matter in the brane worlds. The matter then evolves into the kind of universe we know: galaxies, stars, planets, the works. Space within the branes expands, and at first the distance between the branes (in the bulk) grows too. When the brane worlds expand so much that their space is nearly empty, however, attractive forces between the branes draw the world-sheets together again. A new collision occurs, and a new cycle of creation begins. In this model, each round of existence—each cycle from one collision to the next—stretches about a trillion years. By that reckoning, our universe is still in its infancy, being only 0.1 percent of the way through the current cycle.

The cyclic universe directly solves the problem of before. With an infinity of Big Bangs, time stretches into forever in both directions. “The Big Bang was not the beginning of space and time,” Steinhardt says. “There was a before, and before matters because it leaves an imprint on what happens in the next cycle.”

The standard model of the early universe predicts that space is full of gravitational waves, ripples in space-time left over from the first instants after the Big Bang. These waves look very different in the cyclic model, and those differences could be measured—as soon as physicists develop an effective gravity-wave detector. “It may take 20 years before we have the technology,” Turok says, “but in principle it can be done. Given the importance of the question, I’d say it’s worth the wait.”


Meu Deus! e tanto alvoroço para separar o conhecimento mistico ou religioso do conhecimento ciêntifico! Ainda não percebereram que ambos convergem na mesma direcção? - "Seek and you sall find" - diz-vos alguma coisa?

Claro que (e necessariamente) os métodos são distintos. Mas não vos parece que os métodos ciêntificos são desmesuradamente mais lentos, artificiais e caros para o ser humano (em todos os sentidos que a palavra caro pode aqui assumir)?

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A geração do ecrã

O texto que se segue é da escritora Alice Vieira, e foi publicado no JN a 30 de Março de 2008. Publico-o aqui por merecer a minha total concordância.

“Desculpem se trago hoje à baila a história da professora agredida pela aluna, numa escola do Porto, um caso de que já toda a gente falou, mas estive longe da civilização por uns dias e, diante de tudo o que agora vi e ouvi (sim, também vi o vídeo), palavra que a única coisa que acho verdadeiramente espantosa é o espanto das pessoas.

Só quem não tem entrado numa escola nestes últimos anos, só quem não contacta com gente desta idade, só quem não anda nas ruas nem nos transportes públicos, só quem nunca viu os "Morangos com açúcar", só quem tem andado completamente cego (e surdo) de todo é que pode ter ficado surpreendido.

Se isto fosse o caso isolado de uma aluna que tivesse ultrapassado todos os limites e agredido uma professora pelo mais fútil dos motivos - bem estaríamos nós! Haveria um culpado, haveria um castigo, e o caso arrumava-se.

Mas casos destes existem pelas escolas do país inteiro. (Só mesmo a Sr.ª ministra - que não entra numa escola sem avisar - é que tem coragem de afirmar que não existe violência nas escolas.)

Este caso só é mais importante do que outros porque apareceu em vídeo, e foi levado à televisão, e agora sim, agora sabemos finalmente que a violência existe!

O pior é que isto não tem apenas a ver com uma aluna, ou com uma professora, ou com uma escola, ou com um estrato social.

Isto tem a ver com qualquer coisa de muito mais profundo e muito mais assustador.

Isto tem a ver com a espécie de geração que estamos a criar.

Há anos que as nossas crianças não são educadas por pessoas. Há anos que as nossas crianças são educadas por ecrãs.

E o vidro não cria empatia. A empatia só se cria se, diante dos nossos olhos, tivermos outros olhos, se tivermos um rosto humano.

E por isso as nossas crianças crescem sem emoções, crescem frias por dentro, sem um olhar para os outros que as rodeiam.

Durante anos, foram criadas na ilusão de que tudo lhes era permitido.

Durante anos, foram criadas na ilusão de que a vida era uma longa avenida de prazer, sem regras, sem leis, e que nada, absolutamente nada, dava trabalho.

E durante anos os pais e os professores foram deixando que isto acontecesse.

A aluna que agrediu esta professora (e onde estavam as auxiliares-não-sei-de-quê, que dantes se chamavam contínuas, que não deram por aquela barulheira e nem sequer se lembraram de abrir a porta da sala para ver o que se passava?) é a mesma que empurra um velho no autocarro, ou o insulta com palavrões de carroceiro (que me perdoem os carroceiros), ou espeta um gelado na cara de uma (outra) professora, e muitas outras coisas igualmente verdadeiras que se passam todos os dias.

A escola, hoje, serve para tudo menos para estudar.

A casa, hoje, serve para tudo menos para dar (as mínimas) noções de comportamento.

E eles vão continuando a viver, desumanizados, diante de um ecrã.

E nós deixamos.”

Alice Vieira


E eu pergunto: - Até quando vamos nós continuar a atacar, desesperada e desnorteadamente, a poluição na foz do rio, enquanto, sistematicamente ignoramos as descargas poluentes junto à nascente?

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Deus

foto residente no blog: trintaetresdc.blogspot.com

Nos últimos dias, vá-se lá saber porquê, quando falo com alguém, a conversa acaba por ir parar à religião. Ora, eu não pratico nenhuma religião, apesar de ter tido, como muitos, uma educação baseada no Cristianismo.


Por outro lado, estou longe de ser ateia e, ainda menos, agnóstica. Sempre acreditei em Deus (apesar de, durante um certo período da minha vida, me ter resignado a uma crença balofa).


Mas a vida sempre mostra o caminho de "regresso" a Deus, a quem não desistiu totalmente de o percorrer. Foi o que aconteceu comigo.

Nesse caminho várias coisas me surpreenderam, nomeadamente, a questão das provas da existência de Deus. Será que alguém espera ver Deus sair de um tubo de ensaio? ou de um acelerador de partículas? ou talvez, que ele espreite pela lente de um telescópio espacial?...

Que tal deixarmos de procurar Deus como se ele estivesse lá fora no quintal, escondido entre as alfaces, e procurarmos antes, no único sítio onde Ele pode ser encontrado: dentro de cada um de nós?


Bastante mais sensato - parece-me.

Há muito que me afastei da Igreja e respectivas missas (que mais não fazem do que repetir ladaínhas) e há muito que iniciei um percurso "religioso", por conta própria, bastante solitário, diga-se de passagem, porque isto de não seguir a "carneirada", quer queiramos, quer não, transforma-nos em "ovelhas tresmalhadas".

Neste meu percurso, cruzei-me com várias fontes e ensinamentos. Fui extraindo de cada um, o que cada um tinha de melhor. E encontrei uma doutrina com a qual, efectivamente, me identifico: Chama-se Teosofia.

Teosofia deriva do termo grego "theosophia" - Theo - Deus + Sophia - Sabedoria, que é como quem diz: Sabedoria Divina.

Assenta no pressuposto de que todas as religiões têm um tronco comum, e propõe-se revitalizar esses ensinamentos perdidos. Têm afinidades com o Hinduísmo, o Budismo e o Gnosticismo entre outros.

Fica aqui o link para quem quiser, conhecer melhor a TEOSOFIA

Há muitos caminhos para Deus, mas todos começam do lado de dentro e não do lado de fora do nosso Ser.


Namasté!


As Novas Ditaduras

Este post vem a propósito de uma senhora (que não conheço mas com quem me cruzo algumas vezes).
Esta senhora não tem uma perna e por isso apoia-se em canadianas. O que eu não compreendo é porque razão, o único pé que a senhora tem, vive (des)apoiado num sapato de salto de 7 cm!

Quer dizer, mesmo com dois pés, andar em cima de saltos altos já me parece arriscado, mas só com um?!...e com muletas?!...

Será que esta senhora acha mesmo preferivel, cair e partir a unica perna que lhe resta, a usar sapatos confortáveis?

Alguém explica ao mundo que a ditadura da imagem não tem trono nem rei? que é auto-imposta, que não faz as pessoas mais felizes, nem mais saudáveis, antes pelo contrário!...

Tanta luta pela liberdade e é assim que a usamos? Ou será que o ser humano simplesmente não sabe ser livre?