sábado, 15 de agosto de 2009

A Sociedade do Futuro


Como será a nossa sociedade num futuro mais ou menos próximo?
Antes de mais perspectivam-se mudanças ao nível das lideranças. Isto porque a geração que actualmente ocupa os cargos chave, a dos Baby-Boomers (nascidos entre 1946 e 1964) está agora a iniciar a idade da reforma e começa a ser substituída pela Geração X (nascidos entre 1965 e 1976).

Esta nova geração tem um estilo muito próprio. Apesar de adultos gostam de se vestir como adolescentes, são mais descontraídos e menos sisudos que a geração que os precedeu, vocacionados para as novas tecnologias e ao contrário dos Baby-Boomers “trabalham para viver” não “vivem para trabalhar”. Quer isto dizer que valorizam bastante mais o factor tempo nas suas vidas.

Esta geração, constituída pelos trintões e quarentões do momento, tem fortes preocupações ambientais e energéticas, sente uma maior responsabilização pela sua saúde e bem estar, é exigente na qualidade de serviços e produtos, tem gostos minimalistas, procura fazer pequenos cursos ou workshops, é fã de eventos culturais, gosta de viajar, tem algum tipo de interesse ligado à espiritualidade, e não discrimina orientações sexuais.

Quanto ao seu estilo de liderança propriamente dito, há quem o classifique da seguinte forma:

Ecléctico: preferem construir pontes para agregar pessoas competentes, em vez de dividi-las previamente em classes ou ideologias.

Conciliador: procuram conhecer as diversas opiniões e encontrar um ponto de equilíbrio para atingir o consenso, mesmo em soluções que pareciam inicialmente contraditórias.

Pragmático: preferem tomar decisões a partir da análise de dados, examinando os temas de todos os ângulos e perspectivas.

Transparente: falam abertamente sobre os problemas e exigem sinceridade de todos os que trabalham consigo.

Deste modo está feito um primeiro esboço do que nos espera nas décadas vindouras em termos de liderança mas também em termos de hábitos e atitudes na esfera social e privada:

- Mais tempo para a casa, os filhos, a família e os hobbies
- Mais qualidade em detrimento da rapidez
- Mais tecnologia
- Mais preocupações ambientais
- Mais aprendizagem ao longo da vida
- Mais espaços de lazer e relaxamento
- Um estilo de liderança mais assertivo

Em alguns casos ter mais tempo vai significar ter menos dinheiro pelo que se espera também um decréscimo no consumismo exacerbado dos últimos anos.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Lado bom da crise



É verdade que esta está a ser uma crise penosa para muitos de nós e que, como qualquer crise, traz desconforto, perda de confiança e por vezes desespero, mas também é verdade que uma crise sempre encerra oportunidades. É delas que pretendo falar neste post.

Foi graças à crise que muitos corruptos caíram e que muita corrupção veio ao de cima, foi graças à crise que o mundo se começou a virar para a sustentabilidade a vários níveis nomeadamente a nível ambiental e social.

A crise surge como um momento de reflexão que nos obriga a re-equacionar posições e a re-avaliar decisões de fundo. A escalada da crise fez-se sentir nos mais diversos sectores, do preço dos combustíveis à escassez de matérias-primas e à falência das empresas e das famílias. Mas esta é também uma crise de valores.

Em última instância a crise fez-nos questionar um modelo de sociedade que já deu o que tinha a dar. Todos os sectores mencionados foram afectados porque tudo está conectado nesta era de globalização, logo, não basta acorrer a um sector específico para solucionar a crise, há que repensar o modelo que temos vindo a seguir. É aqui que reside a oportunidade de mudança de paradigma.

Já são muitas as empresas que apostam na chamada “economia verde”, ou seja, em formas de produção mais limpas e que respeitem o meio ambiente e espera-se que este tipo de economia venha a gerar inúmeros postos de trabalho.

As mudanças climáticas estão na ordem do dia mas finalmente existe a percepção de que as mesma terão custos associados. Assim, elencar medidas de protecção do meio ambiente é agora visto como um bom investimento.

No final do ano em Copenhaga vão ser discutidos os modos de actuação da chamada “economia verde”. Espera-se um novo protocolo que substituirá o de Quioto. Vamos ver para que lado pendem as forças, se para o lucro a qualquer preço ou para um futuro sustentável para todos.

A crise traz consigo os ventos e as sementes da mudança mas ainda é cedo para ver os frutos. Importa manter as coisas em perspectiva sem perder de vista os pequenos passos que estão já a ser dados.


Definição de Crise na Wikipédia "Oriunda do latim, o termo crise tem o mesmo sentido da palavra vento. Indica, um estágio de alternância, no qual uma vez transcorrido diferencia-se do que costumava ser. Não existe possibilidade de retorno aos antigos padrões."