sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal

Sagrada Família, óleo sobre tela de Francisco Bayeu (Zaragoza, 1734 - 1795)

Este ano decidi passar o Natal sozinha. Aparentemente esta decisão não corresponde ao que era esperado de mim pois logo me fazem um discurso de estranheza como se eu fosse uma sem-abrigo, coitadita. 

Ora, não é nada disso. Simplesmente este ano quero usar o Natal como um período para parar, pensar e interiorizar. Algo que me parece muito propício fazer nesta quadra.

Vou cozinhar o tradicional bacalhau, vai haver doces e vinho, musica ambiente, velas e incenso. Mas não vou partilhar isso com ninguém porque me apetece a paz e o sossego de uma noite tranquila, sem stress, sem viagens, e sem engarrafamentos. É na verdade uma forma bastante despretensiosa e espiritual de viver o Natal. 

O Natal é uma celebração cujas origens se perdem no tempo. Hoje em dia o sentido tradicional do Natal já se perdeu no meio de tanta filhós e de tanto papel de embrulho. 

O Natal simboliza o nascimento do Messias, o mensageiro de Deus. Quantos é que ainda se detêm para pensar sobre isto? Quantos se sentem verdadeiramente imbuídos do espírito do Natal? e no entanto, como se foram criando tradições mundanas à volta desta data, tornaram-se escravos dessas tradições. 

Muitos celebram o Natal apenas porque sim. Porque a maioria o faz.  

Quem já me conhece sabe bem que eu não sigo a "carneirada" e que dificilmente faço "fretes", por isso não estranhem que o meu Natal este ano seja diferente.

Que tenhamos todos a coragem de sermos cada vez mais autênticos e verdadeiros connosco próprios e que nunca nos falte a capacidade de questionar e de fazer desvios se for o caso. Nem sempre os caminhos mais percorridos são os que melhor se adequam a nós.

Desejo a todos que este Natal vos traga amor, paz, alegria e muita luz! 

  

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Despertar para 2012

Já li imensos livros e artigos sobre 2012. Vi vários documentários, filmes e entrevistas mas nada me tocou tão fundo como os vídeos que aqui partilho. 

Está na hora. Está na hora de acordarmos para quem nós somos e está na hora de fazermos escolhas. Vamos continuar a agir com base no medo ou no amor? a partir do ego ou da alma? vamos racionalizar ou sentir o que nos diz o coração?

2012 está a aproximar-se a passos largos e vai acontecer quer queiramos ou não, quer acreditemos ou não, quer estejamos preparados ou não.

Façamos, enquanto é tempo, as nossas escolhas. É para isso que estamos a ser chamados: para a responsabilização individual pelo caminho que escolhemos percorrer. Ainda há tempo e ainda há esperança se todos olharmos para dentro e recuperarmos o amor que vive em nós e o compartilharmos com o mundo à nossa volta. 


Vejam os vídeos e sintam nos vossos corações se vos faz ou não sentido. Aceitem apenas o que for validado pelo vosso coração mas não permitam a interferência da mente que nos puxa para o mundo materialista em que vivemos. Já todos sabemos onde isso nos leva. É tempo de mudar.


Video 1




Video 2





Video 3




terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Um Eremita nos Himalaias

Um Eremita nos Himalaias é um livro fascinante de Paul Brunton. Escrito na primeira metade do século XX, é simultâneamente um livro de viagens e um livro de reflexões espirituais.

As deliciosas descrições das magnificas paisagens transportam-nos numa viagem, com o autor como guia, a estas longínquas e gélidas paragens.

Quase que sentimos o frio e as brisas geladas mas somos também recompensados com a visão das majestosas cores do nascer do sol nos picos e glaciares.

Ali, num casebre isolado, temporariamente ocupado pelo escritor, quais testemunhas à distância, ouvimos o som dos pássaros e do vento nas folhas das árvores e partilhamos com ele longos períodos de contemplação da natureza no seu mais puro e inexplorado esplendor.

E é no meio deste inebriante despertar dos sentidos que este livro nos leva ainda mais longe e mais fundo numa outra viagem. A viagem ao nosso interior.

Inspirado pelas mais antigas tradições Orientais, Paul Brunton procura acima de tudo o contacto com o seu Eu Superior e mostra-nos como percorrer esse caminho. Apesar de ser um ocidental e de viver numa época de grande expansão da técnica e da ciência, Paul Brunton decide largar todo o conforto civilizacional e partir em busca de si próprio numa tentativa, diria eu - bem sucedida, de resgatar a sua essência, aquela parte de cada um de nós que jaz adormecida sob as camadas de egocentrismo e materialismo exacerbados, tão comuns ainda nos nossos dias.

Por tudo isto e mais um tanto este livro é extremamente apetecível. Muito bem escrito e de leitura muito fácil.  

Vale a pena ler!