segunda-feira, 4 de abril de 2011

Criacionismo



Tenho imensa pena de desapontar os evolucionistas que ainda hoje acreditam (entre outras coisas) que descendemos do macaco, mas também, que o Universo como o conhecemos resulta de um processo evolutivo. Estes moços simplesmente não querem acreditar que o Universo se originou de um momento de Criação.

Assim, deixo aqui alguns excertos do livro "A Face de Deus", da editora Guerra e Paz, actualmente nas livrarias. Curiosamente é um livro escrito por físicos, com prefácio e pósfácios escritos por alguns vencedores do Prémio Nobel da física e que fala sobre astrofísica e as suas mais recentes descobertas.

"O leitor acaba assim de ver o que está em jogo. A ligação estreita entre a criação do Universo e, invisível por detrás dela, o seu hipotético criador. Em nome de quê? Do principio muito antigo de causa e efeito: uma sorte para os espiritualistas e um quebra-cabeças para os ateus. Dito de forma mais simples, não há efeito sem causa.É, portanto, nesse âmbito - naquilo que Jean Guitton nos ensinou a compreender como "a causa na origem das causas" - que vamos procurar a misteriosa "face de Deus" de que fala George Smoot.
Porém, aonde nos levará isso? A qualquer coisa de totalmente desconhecido. A uma causa primordial que, segundo o prémio Nobel Arno Penzias, não se situa no nosso Universo: "O que descobrimos era uma radiação para a qual não existe nenhuma fonte conhecida no Universo".
Eis-nos perante a questão derradeira: se esta "fonte desconhecida" de onde emerge a radiação fóssil (e com ela todo o Universo) não existe aqui e agora, aonde ir buscá-la? Naturalmente, antes do Big Bang. Quando a energia e a matéria ainda não existem. É talvez nesse espírito que Penzias explicita, a propósito do nascimento de tudo aquilo que existe: "É uma criação a partir do nada. O aparecimento, a partir do nada, do nosso Universo" 



"Segundo cremos, o Universo antes do Big Bang não assenta na energia mas somente na informação. Dêmos mais um passo e imaginemos, para usar uma metáfora cómoda, que todas as leis da Física estão gravadas numa espécie de "DVD cómico": que se passaria se o nosso disco não fosse colocado no leitor? Nada. O Universo tal como o conhecemos não existiria: a informação contida no disco ficaria então no tempo imaginário (exactamente como um filme permanece "fora do tempo" enquanto não é descodificado por um leitor de DVD). Porém, assim que o nosso "disco cósmico" começou a ser lido, a informação que contém, isto é, o conjunto das leis físicas que governam o Universo, entraria no mundo da energia e do tempo real: a velocidade ver-se-ia submetida, dentro do tempo, à acção das grandes lei e das constantes físicas. A constante da velocidade da luz, por exemplo, aquela que faz com que um raio de luz viaje à velocidade de 299 792 458 m por segundo. A origem dessa constante, o facto de se encontrar fixada nesse valor e não noutro, parece-nos verdadeiramente exterior ao mundo: como todas as outras, esta lei parece ter uma existência independente do Universo; sentimos confusamente que estas grandes lei vêm de outro sítio.



"Em "Deus e a Ciência", escrevemos com Jean Guitton que é possivel "apreender o Universo como uma mensagem expressa num código secreto, uma espécie de hieróglifo cósmico que começamos apenas a decifrar". Esta "mensagem secreta" parece inscrita na própria trama do Universo primordial, nesse tempo muito recuado onde o futuro de tudo o que é parece já encriptado na primeira luz. Isto quer dizer que a origem profunda da trama cosmológica poderia situar-se noutro lado, verosimilmente, que não no mundo físico. O Universo repousa efectivamente nas leis físicas, mas a origem destas leis parece situar-se "fora" da nossa realidade, estranhamente anterior ao próprio Big Bang. (...) Paul Davies (físico americano) não hesitará em escrever: "Pertenço àqueles investigadores que não subscrevem nenhuma religião convencional, mas que se recusam a acreditar que o Universo é um acidente fortuito. O Universo físico encontra-se disposto com tanto engenho, que não posso aceitar esta criação como um facto bruto. Deve existir, a meu ver, um nível de explicação mais profundo. Que se queira chamar-lhe "Deus" é uma questão de gosto e de definição".


3 comentários:

alf disse...

Olá Pink, obrigado pelos teus links

Nós, seres humanos, temos uma inteligência muiiiito limitada, mas não temos a percepção de quão limitados somos; o nosso cérebro funciona como um motor de busca, aplicando a cada problema a solução que tem em memória. Deste modo, «parecemos» muito inteligentes, resolvendo problemas do dia a dia com eficiência. Na verdade, não resolvemos nada, apenas aplicamos soluções que vamos buscar à memória.

quando temos um problema realmente novo, então toda a dimensão da nossa estupidez revela-se; e nos cientistas mais do que nas pessoas comuns porque, como têm mais conhecimento, maior é a sua ilusão de inteligência e menor a sua autocrítica.

se queres encontrar algo para além do «natural», não o procures no mundo natural, procura em ti mesma, porque todos temos sentidos para além dos 5 e experiências para além do trivial (tenho um post muito antigo onde pergunto «quantos sentidos temos?»)

Já tenho verificado que as pessoas que menos sabem sobre o sobrenatural são os crentes, pois andam demasiado ocupados a tentar provar que é certo aquilo em que creem e ocupados de menos a procurar onde podem encontrar. Só o que duvida e se interroga sem medo pode chegar a saber alguma coisa.

Estas congeminações acerca da origem do Universo em breve irão para o caixote do lixo, são apenas fruto da actual ignorância e da nossa infinita estupidez.

Um Deus não pode ser encontrado usando metodologias científicas porque em ciência nada surge do nada, tudo tem uma causa, um Deus teria de ter uma causa e logo se perguntaria: quem criou Deus? Dizer que existe um Deus que surgiu do nada ou um universo que surgiu do nada é exactamente o mesmo, esta teoria do Big Bang é tão popular para os cientistas exactamente porque os faz sentir em pé de igualdade com a Religião na resposta às questões existênciais. «Big Bang = Deus», a causa primeira de todas as coisas.


Mas também te digo: só faz bem aparecer quem diga o que dizem estes autores, para mostrar que quem pensa que arranjou um substituto para Deus com o Big Bang está a ser muito burro.

Fátima Lopes disse...

Olá Alf,

É mesmo verdade, concordo com o que diz e percebo-o muito bem: a Verdade está sempre dentro e não fora de nós. Sei também que os ciêntistas estão longe da Verdade e nem imaginam qual ela seja mas não deixo de ficar contente quando eles se aproximam um bocadinho.

Abraço

Pink

Marco Gandra disse...

Olá,

gostaria sugeria o PODCAST:

http://www.portalser.org/podser/podser-03-apocalipse/

Abraços