quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Regresso às aulas... mas para que escola?


Em tempo de regresso às aulas, achei pertinente falar aqui um pouco de educação. Da que temos e da que deveríamos ter. Infelizmente a distância é grande entre as duas.

Na minha perspectiva, tudo começa pela educação. A construção de um mundo melhor passa, obrigatoriamente, pela educação das futuras gerações, que terão nas mãos a tarefa e a necessidade, de reinventar o mundo disfuncional em que vivemos actualmente. Nesse sentido, não basta ir à escola. É preciso que a escola cumpra a delicada missão de preparar as crianças e jovens de hoje para serem os cidadãos criativos, construtivos, participativos, conscientes e responsáveis de amanhã, sempre, sem lhes tolher a capacidade de sonhar. Porque tudo, mesmo tudo, o que existe, começou por ser apenas um sonho.

A escola precisa ensinar a pensar e não o que pensar. As crianças devem ser incentivadas a questionar, a brincar com e a interligar conceitos. O que temos actualmente é uma escola que impõe ideias e saberes e que não se permite ser questionada.

Todo o conhecimento deve ser continuamente questionado e revitalizado. As ideias bolorentas produzem um mundo aprisionado ao passado, ao que sempre foi. Se permitíssemos ser continuamente questionados e desafiados pelas nossas crianças e jovens, o mundo evoluiria a uma velocidade muito superior. O conhecimento tem de ser considerado como algo plástico, flexível, evolutivo e não como algo estático e intocável. Deve permitir-se aos jovens, com a sua frescura, trazerem luz sobre os pré-conceitos e as ideias feitas, contribuindo assim, para um conhecimento dinâmico e evolutivo.

A escola, enquanto instituição social, deve estar ao serviço dos mais jovens, e em última instância, da nação. É a escola que se deve adaptar às necessidades de aprendizagem e diversidade dos alunos, em lugar de impor um modelo massificado de ensino, no qual cada aluno, com as suas características, apetências e dons próprios, é forçado a encaixar-se.

Hoje, chegamos ao cúmulo de medicar as nossas crianças para que se adaptem a um modelo de ensino descaracterizado, doentio e disfuncional.

Para quem quiser ter como referência, um modelo de ensino, que promove o ser humano e a sua interligação harmoniosa com o mundo e com todos os seres, sugiro que pesquisem a obra de Rudolf Steiner e a Pedagogia Waldorf (livros, vídeos no youtube, etc…)

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