quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

The Invitation

Já li várias traduções "assassinas" deste poema, um dos meus preferidos de sempre, pela força, pela coragem, pela ousadia, pela honestidade crua, despida de pieguice, mas sobretudo, por ser um convite (desafio) à capacidade de se ser fiel a si próprio e ao que é verdadeiramente importante na vida, sem medo e sem disfarce, usando a coragem para se ser autêntico e inteiro e não ao serviço de valores externos, impostos por uma sociedade que nos impele a criar e defender uma imagem, que raramente é um verdadeiro reflexo de quem somos de facto.
Assim, faço questão de deixar aqui o original: "The Invitation"

Desfrutem, partilhem mas por favor não estraguem! :)

13 comentários:

antonio ganhão disse...

Será mesmo a sociedade? Tem costas largas a sociedade…

Fátima Lopes disse...

Olá António,
Claro que a sociedade somos nós que a construímos. O que eu digo é que quando nascemos ela já existe e com ela os respectivos comportamentos/mascaras sociais que nos vão sendo ensinados e incutidos através dos pais e outros familiares, professores, amigos, colegas…Assim, e como um dos nossos impulsos primários é o de sermos aceites, à medida que crescemos vamos “vestindo” essa “roupagem social”, muitas vezes com a ilusão de que fomos nós que a escolhemos livremente e sem darmos conta, vamo-nos afastando cada vez mais da nossa verdadeira essência.
Porquê? Porque durante séculos foi sobrevalorizada a imagem exterior como referencial da pessoa. A pessoa vale pelo que tem, pelo que veste, pelo o que diz, pelo seu círculo de amigos. A pessoa vale por aquilo que lhe é exterior e não por aquilo que trás dentro de si. Acabamos por ser sobretudo actores no palco da vida e a dada altura já temos medo de tirar as máscaras por dois motivos: primeiro porque ao fazê-lo, do outro lado do espelho fica um estranho com quem temos pouquíssima intimidade (nós próprios) depois porque todos os nossos relacionamentos foram construídos através dessas máscaras e requer uma imensa coragem enfrentar o mundo sem elas. Seria necessário morrer para um “eu” falso e desgastado e renascer para um “eu” fresco, limpo e verdadeiro. Porque este processo é invariavelmente doloroso, evitamo-lo e assim vamos perpetuando a farsa. Mas como eu também digo as coisas estão a mudar….

Manuel Rocha disse...

Os meus hábitos de leitura de obra poética em linguas que não o português são quase nulos. Por isso fica a pertinência das ideias e a intuição do sentido, mas a poética essa escapa-me pela via de um ritmo que não capto.

Defeito meu !


Apreciei mais a sua leitura no comentário ! Very Pink !!

:))

Fátima Lopes disse...

Olá Manuel,

Obrigada pela sua franqueza.
Sei que estou em falta consigo mas não me esqueci. Um destes dias hei-de dar continuidade aquele tema das "novas têndências da sociedade".

Um abraço

Pink

alf disse...

Gostei ler sobretudo o excerto do livro que abre a página do poema.

Da sociedade não me queixo, nunca me limitei por ela; o que há é muita muita gente que quer desesperadamente impressionar os outros não pelo que vale mas pelo que parece; e muita gente que julga os outros não pelo que valem mas pelo que parecem.

E quanto mais se esforçam as pessoas por "parecerem", mais as pessoas julgam os outros pelo que parecem.

As causas profundas disto não sei bem quais sejam. Necessidade de reconhecimento? Necessidade de ser mais do que os outros? Necessidade de ser especial? Ganancia?

Fátima Lopes disse...

Alf,
eu acho que é sobretudo medo do julgamento e da rejeição. Ninguém é perfeito mas todos temos uma certa noção de perfeição e queremos estar à altura dela para merecermos o apreço e a estima dos outros. Todos sabemos como a humanidade é pródiga em julgar, condenar e até matar elementos da sua própria espécie. Sobretudo os que não são compreendidos e portanto aceites como iguais.

alf disse...

Pois, há pessoas que têm uma necessidade muito grande de aceitação; alguns simplesmente de serem aceites como iguais, outros como "os maiores". Quando não conseguem isso, reagem com violência.

Os dramas dos estudantes que metralham os colegas pode vir daí: não conseguem a aceitação que querem, viver sem ela é insuportável, resta-lhes uma "solução final". Meia-violência seria inútil, só levaria a mais rejeição, logo só lhes resta a violência absoluta e sem retorno.

Manuel Rocha disse...

Então neste blogue estamos de férias ?!

:)))

Fátima Lopes disse...

Olá Manuel,

É verdade, um interregno de vez em quando faz falta, mas haverá novidades nos próximos dias.

Até lá, um abraço

Pink

Fátima Lopes disse...

Manuel,

Ainda a propósito de ausências, tem tido notícias do F.Dias? O blog dele está desactivado?

Manuel Rocha disse...

Não, Pink, não tenho noticias do F Dias...até pensei que estivessem de férias na mesma estância de sky alpino...:)))

alf disse...

Pink, vais estar ainda muito tempo de férias? Ou ficaste presa nalguma tempestade de neve provocada pelo arrefecimento global?

são as saudades a falar...

Manuel Rocha disse...

Pink,

Agora já há novidades do F Dias...:)