quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A Cimeira do Clima


Estou triste! 
Afinal vi as esperanças que tinha (de que esta cimeira produziria um acordo vinculativo e com impacto global) totalmente goradas.
Foram duas semanas e 193 países em negociações e no fim não há acordo que nos valha. Li no "Público" que "no último dia da cimeira, os discursos dos líderes mundiais mostraram duas coisas: que todos dizem saber o que tem de ser feito para chegar a um acordo global e que cabe aos outros fazer o esforço que falta." Isto descreve muito sucintamente o que se passou em Copenhaga. Países pobres contra países ricos, os primeiros querem continuar o seu desenvolvimento económico e os segundos não o querem pôr em risco, através da implementação de medidas mais ou menos radicais (se bem que conscienciosas e necessárias) de combate à emissão de gases de efeito estufa.
É lamentável que o mundo ainda não consiga, politicamente, agir com unanimidade face aos perigos crescentes das alterações climáticas.
Dos poucos pontos favoráveis saídos desta cimeira foi o assumir de que a temperatura não deverá subir mais que os 2ºC em relação aos níveis pré-industriais. Ainda assim há quem afirme que, mesmo estes 2ºC colocam algumas ilhas em risco de desaparecimento, devido à esperada subida do nível do mar. 
Havia ainda a esperança de que os EUA fossem mais longe na sua proposta de cortes das emissões poluentes mas tal não veio a verificar-se. O Presidente Obama ficou-se pelos 17% em relação aos valores de 2005, valor que havia já sido anunciado antes da cimeira. Acredito que por sua vontade até fosse capaz de se comprometer com mais mas este foi o valor ditado pela Câmara dos Representantes e como é obvio, Obama não podia fazer melhor. O Japão portou-se bem e assumiu que ajudaria os países em  desenvolvimento com 15 mil milhões de dólares (10,4 mil milhões de euros) entre 2010 e 2012. Este tema das ajudas financeiras aos países menos desenvolvidos, para os auxiliar a se adaptarem às alterações climáticas, foi aliás o que obteve os melhores resultados. Foram já destinados 100 mil milhões de dólares por ano, a partir de 2020 para um fundo de apoio aos países pobres.
De qualquer forma, face às expectativas que havia em torno desta cimeira, podemos dizer que foi um tiro ao lado que está ainda longe do tiro certeiro de que a humanidade e o planeta precisam. 
Resta-nos esperar pela próxima conferência em Dezembro de 2010 na Cidade do México e ter fé de que daí saia finalmente um acordo visto que o Protocolo de Quioto termina já em 2012. 

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