segunda-feira, 4 de junho de 2012

FIB - Felicidade Interna Bruta




O conceito de Felicidade Interna Bruta nasceu em 1972, no Butão, um pequeno país situado nas encostas dos Himalaias, entre a China, a Índia e o Tibete e foi criado pelo Rei Jigme Singye Wangchuck.

O conceito tem por base o principio de que o verdadeiro desenvolvimento de uma sociedade só acontece quando há desenvolvimento espiritual a par do desenvolvimento material, complementando-se e reforçando-se mutuamente.

O FIB assenta em 4 pilares fundamentais:

1 - Promoção do desenvolvimento sócio-económico sustentável e igualitário
2 - Preservação e promoção dos valores culturais
3 - Conservação do Meio Ambiental natural
4 - Estabelecimento da boa governança

Os dirigentes do Centro de Estudos do Butão definiram ainda nove indicadores para medir a felicidade nacional: 

- Bem-estar psicológico
- Equilíbrio entre vida pessoal e trabalho
- Vitalidade comunitária
- Educação
- Preservação cultural
- Proteção ambiental
- Boa gestão governamental
- Segurança financeira.

A seguir deixo-vos com algumas notícias e artigos recentes sobre o FIB:

"Produto Interno Bruto é insuficiente para avaliar as sociedades

Nos últimos anos tem sido dada cada vez maior relevância aos índices de felicidade dos países. Em 2009, na 5ª Conferência Internacional sobre a Felicidade Interna Bruta, os vários profissionais internacionais participantes foram unânimes: o Produto Interno Bruto é uma ferramenta demasiado insensível e imperfeita para medir o sucesso das sociedades.

Solidariedade, relação trabalho-vida, benefícios fiscais

Estudos recentes que mediram a felicidade dos países, sustentam a teoria de que um PIB elevado ajuda mas não garante o bem-estar dos cidadãos. José Pais Ribeiro, Professor da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, que estuda o "fenómeno" da felicidade desde os anos 90, confirma dando o exemplo de povos como os das Caraíbas, "que são mais pobres do que nós (portugueses)" mas que "têm valores de felicidade superiores".

Um estudo realizado em 2009 pela OCDE e que abrangeu 140 países, revela que o país com o PIB per capita mais elevado do mundo, a Noruega, ficou apenas no 9º lugar da lista. Já a Nova Zelândia, com um PIB per capita três vezes inferior ao da Noruega ficou em oitavo.

O mesmo estudo indica que os povos mais felizes são os da Europa do norte: a Dinamarca, a Finlândia, a Holanda e a Suécia. Países que além de uma economia sólida, possuem um grande sentido de solidariedade social, valorizam o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e oferecem altos benefícios aos seus contribuintes.

FIB: ONU avalia pela primeira vez a felicidade mundial

É a primeira vez que a ONU faz um estudo sobre a felicidade dos países. O Relatório Mundial sobre Felicidade posiciona os países nórdicos entre os mais felizes do mundo. Portugal ocupa a 73ª posição numa lista que inclui 156 países.

Dinamarca, Noruega, Finlândia e Holanda encabeçam a lista e são os países considerados mais felizes, com uma avaliação média de 7,6 pontos numa escala de 0 a 10. Portugal obteve uma média de 5,4 posicionando-se no centro da tabela mundial.

Em contraponto, países da África subsariana como o Togo, o Benim, a República Centro-Africana ou a Serra Leoa são considerados os países com um índice de felicidade mais baixo, numa classificação que ronda os 3,4 pontos.

Além da riqueza, este relatório dá valor aos níveis de liberdade política, às redes sociais fortes e à ausência de corrupção. A nível individual, também são essenciais variáveis como a saúde física e mental, a segurança no trabalho e um ambiente familiar estável

O Relatório, apresentado a 2 de Abril na Conferência sobre a Felicidade da ONU, foi encomendado à Universidade de Colúmbia e publicado pelo Instituto da Terra.

Os dados foram recolhidos entre 2005 e 2011, mediante a avaliação de vários entrevistados, maiores de 15 anos, aos quais foi pedido que avaliassem a sua qualidade de vida numa escala de 0 a 10.


Mundo ocidental de olhos postos no FIB

Será que a aplicação do FIB traria benefícios a países como Portugal e Itália, que surgem recorrentemente no fim dos estudos sobre a felicidade? Talvez, mas seria uma tarefa difícil. "Não acredito que seja possível implementar o FIB nos países ocidentais. Acharíamos sempre que era uma armadilha do poder para ficar com o nosso dinheiro. No entanto, a formalização do FIB e a sua discussão [...] pode chamar a nossa atenção para aspectos que são importantes e que tendemos a negligenciar", defende Pais do Amaral.

No entanto, a moda está a pegar. Alguns países ocidentais começam a considerar a hipótese de adoptar este método. Em 2008, o presidente francês Nicholas Sarkozy anunciou que o governo francês iria começar a medir o bem-estar dos cidadãos. Para isso constituiu uma Comissão de Medição da Performance Económica e do Progresso Social, liderada pelo economista e prémio Nobel, Joseph Stiglitz.

Também o Canadá desenvolveu, recentemente, um índex de bem-estar para medir a vitalidade da sua comunidade. E o Reino Unido emitiu um conjunto de indicadores  de desenvolvimento sustentável num primeira tentativa de criar um índex sistemático da qualidade de vida do país. A própria OCDE tem realizado estudos para avaliar o bem-estar dos países a nível mundial.

O PIB continua a ser o principal indicador das competências e da credibilidade das nações, o único admitido pelo Banco Mundial e outras instituições financeiras e políticas. E os líderes mundiais correspondem orientando as políticas nacionais para esses objectivos. Talvez no futuro o próprio Banco Mundial venha a incluir o FIB nos seus indicadores. E aí, pode ser que os dirigentes das nações sigam um novo rumo, com os olhos postos no bem estar dos seus povos."

Fonte://www.boasnoticias.clix.pt/

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