sexta-feira, 16 de março de 2007

Viagem ao Interior


Fui ao baú dos meus poemas e encontrei lá este, que decidi partilhar Chama-se "Viagem ao Interior":

Do nada, do meio da névoa indecifrável surge a encruzilha
a chamar o livre arbítrio, a vontade , a coragem o bom senso....

Juntam-se a eles o medo - do frio, do desconforto, do erro...

Assim se adensa a tempestade trazendo dentro e enxurrada

Assim te encontras perdido na chuva e no vento ....
a alma ensopada até aos ossos,
o corpo pesado arrastando-se pelos dias,
dormindo embrulhado no desalento.

Depois perdes-te de ti numa 5ª dimensão interior...

Ao longe ouves ainda o ruído do pensamento
Numa voz morna e já, indolor

Lentamente sentes secar-te a alma
Enquanto a tempestade se afasta

Flutuas agora num vazio espesso
- Anestesia

E queres ficar nesse lugar distante de ti
Um lugar sem noite, sem dia
Sem principio, sem fim...

Sabes que existes mas não te vês e não sentes

e ficas assim aninhado no ausência
na deliciosa ausência de tudo.

É nesse intervalo do tempo, com a mente limpa
Que decides

Na certeza ou na incerteza desfez-se a encruzilhada
Foste ao fundo e voltaste

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