O último número da revista “Courrier Internacional” e mais concretamente, o seu artigo sobre o que se estuda hoje em dia nas universidades, motivou este post.
De facto vivemos numa era pautada pela procura de empregos associados ao crescimento económico e tecnológico. Assim sendo, os cursos das áreas de humanidades ou das ciências sociais e humanas perdem cada vez mais terreno. Em algumas universidades chegam mesmo a encerrar departamentos nestas áreas do conhecimento, tudo motivado pela baixa procura e pela crise económica que “obriga” a cortes nos custos, também com a educação.
Nos nossos dias, em detrimento de uma sólida cultura geral, privilegia-se a rápida aquisição de conhecimentos técnicos e especializados. Troca-se a biblioteca pelo laboratório e os testes qualitativos dão lugar aos quantitativos.
É uma pena que assim seja já que ao longo dos tempos, o estudo das disciplinas de humanidades, tem sido um importante pilar na formação de bons pensadores, estimulando o espírito crítico, a criatividade e fornecendo importantes bases de conhecimento generalista, tão importante para cimentar e inter-relacionar os diversos saberes.
Será este um ponto de viragem no ensino superior? Estamos perante um novo modelo?
Os que se pronunciam sobre estas questões também não sabem ao certo mas todos são unânimes a lamentar o que parece ser o início de um declínio anunciado.
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