quarta-feira, 24 de abril de 2013

Os dogmas da ciência



Há 5 anos atrás coloquei aqui um post com o título "Grandes Erros da Ciência" que é uma transcrição do editorial de um número especial da Scientific American, edição brasileira. Chamou-me a atenção precisamente por demonstrar que a humildade deve ser uma constante no exercício cientifico. Contudo, bem sabemos que na maioria dos casos a ciência é muito pouco humilde e até mesmo muito arrogante, para  prejuízo de todos nós, obviamente.

Na antiguidade clássica a ciência  avançava a par e passo com a filosofia. Aliás, a filosofia - que é tão simplesmente a arte de pensar - está na origem de todas as disciplinas do saber. Mas foi durante o "Século das Luzes" com o advento do Racionalismo e do Materialismo Cientifico que a ciência iniciou o processo de se autonomizar e de se especializar, dividindo-se depois em vários ramos.

Durante os séculos negros da Idade Média, a Igreja detinha o poder e o conhecimento. Por causa disso, caiu-se num misticismo e crendice excessivos, pelo que a ciência se apartou da religião e de todos os temas de que tratava a religião. Esses temas passaram para o domínio da fé. A ciência passou a ocupar-se apenas dos fenómenos físicos observáveis. 

Curiosamente (ou talvez não) a ciência, que se afastou da Religião, tornou-se ela própria dogmática, conforme nos diz Rupert Sheldrake - um cientista,  investigador e membro da Royal Society - no vídeo que podemos ver abaixo. 

Este vídeo foi censurado e mesmo retirado pela TED, mas foi aberta uma discussão sobre se deveriam ou não manter o vídeo. Depois de milhares de comentários, chegaram à conclusão de que o deveriam voltar a colocar porque, como disse um dos comentadores:

"Sheldrake is not advocating that we abandon the scientific method or deny ourselves the advantages that scientific inquiry brings, he is simply asking for a moment of introspection to evaluate our assumptions."


É fundamental que surjam mais e mais "mentes arejadas" na ciência, para que a ciência seja renovada a partir do interior.

Um cientista de mente fechada nunca será um bom cientista, nem contribuirá para uma verdadeira evolução da ciência.


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